cultura e ideologia
Vivemos num mundo de comunicações, uma realidade que faz parte da nossa vida desde pequenos: cotidianamente, entre outras atividades, vemos televisão, fazemos pesquisas na internet, contatamos amigos por e-mail, MSN ou sites de relacionamento, ouvimos música em fones de ouvido enquanto anda¬mos nas ruas, vemos filmes e propagandas, lemos jornais e revistas, escutamos rádio. Estamos mergulhados tanto na cultura como na ideologia. Vamos tentar entender essa realidade à luz da Sociologia.
Dominação e controle
Ao analisar a cultura e a ideologia, vários autores procuram demonstrar que não se podem utilizar esses dois conceitos separadamente, pois há uma profunda relação entre eles, sobretudo no que diz respeito ao processo de dominação nas sociedades capitalistas.
O pensador italiano Antonio Gramsci (1891-1937) analisa essa questão com base no conceito de hegemonia (palavra de origem grega que significa “suprema¬cia”, “preponderância”) e no que ele chama de aparelhos de hegemonia.
Por hegemonia pode-se entender o processo pelo qual uma classe dominan¬te consegue fazer que o seu projeto seja aceito pelos dominados, desarticulando a visão de mundo autônoma de cada grupo potencialmente adversário. Isso é feito por meio dos aparelhos de hegemonia, que são práticas intelectuais e organizações no interior do Estado ou fora dele (livros, jornais, escolas, música, teatro, etc.). Nesse sentido, cada relação de hegemonia é sempre pedagógica, pois envolve uma prática de convencimento, de ensino e aprendizagem.
Para Gramsci, uma classe se torna hegemônica quando, além do poder coercitivo e policial, Utiliza a persuasão, o consenso, que é desenvolvido me¬diante um sistema de idéias muito bem elaborado por intelectuais a serviço do poder, para convencer a maioria das pessoas, até as das classes dominadas. Por esse processo, cria-se uma “cultura dominante efetiva”, que deve penetrar no senso comum de um povo, com o objerivo de demonstrar que a