Cultura e arquitetura das civilizações pré-coloniais
Estima-se que nas Américas, quando da chegada do colonizador europeu, houvesse uma população indígena de cerca de 112 milhões de habitantes. Desses, cinco milhões se distribuíam pelo território brasileiro em tribos adensadas e seminômades. No atual Acre, descobertas recentes revelaram a intervenção humana em forma de geoglifos numa época 6000 anos a.C., como as linhas de Nazca. Indígena é o termo empregado para designar povos encontrados em terras anteriormente não exploradas pelo homem branco; são sistemas humanos autóctones, pré-organizados. No caso do Brasil, o primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos.
O índio produz objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que o meio ambiente é muito respeitado pelo índio, que extrai dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações (oca) - espécimes primitivos de arquitetura vernacular. A arquitetura vernacular, uma arquitetura "menor", não necessariamente antiga, mas comum e anônima, sem interferência de um arquiteto ou engenheiro, tem a ver com o ambiente, a cultura e a história de onde está inserida. Portanto ela somente deve ser considerada dentro do seu contexto, como uma ponte entre a história e a arquitetura. Na arquitetura vernacular, a inovação não é considerada uma virtude. Nela, não são reconhecidos estilos, mas somente um único estilo que é fixo e imutável na sua essencialidade tipológica e morfológica, da mesma maneira como o são os objetos na natureza – e, assim como na natureza, as realizações desse estilo são infinitamente variadas, que são a expressão universal das distintas atividades humanas, do trabalho e do prazer, coletivos e individuais. Por isso, é provável, que integrantes de tribos se recusassem a adaptar seu