Cultura - Um conceito antropológico
O social é a totalidade das relações (relações de produção, de exploração, de dominação...) que grupos mantêm entre si dentro de um mesmo conjunto (etnia, região, nação...) e para com outros conjuntos, também hierarquizados. A cultura por sua vez não é nada mais que o próprio social, mas considerado dessa vez sob o ângulo dos caracteres distintivos que apresentam os comportamentos individuais dos membros desse grupo, bem como sua produções originais (artesanais, artísticas, religiosas...) (LAPLANTINE; FRANÇOIS, 2003, p.95)
Ao iniciar esta análise com a explicação de Laplantine, já se observa a importância do indivíduo na composição de sua cultura, distinguindo-se, deste modo, da análise antropológica social. A cultura é construída a partir da interferência de todos os indivíduos e de seus hábitos, até fixarem-se em costumes e atividades próprias da sociedade em que vivem tais indivíduos.
A cultura de um povo é formada pelo conjunto de experiências adquiridas com o passar do tempo, fazendo-se, assim, de comportamentos comuns ao grupo de seres humanos que a constitui. Essa formação não é fruto unicamente de tais comportamentos, mas sim permitida pela linguagem humana, fator que diferencia os seres humanos dos outros animais ou seres vivos.
Observando a história da humanidade, vê-se que cada povo possuía sua própria cultura, seja por conta de suas crenças, de seus hábitos ou de seus ideais preponderantes. Como exemplo: a cultura ateniense e a cultura espartana, que, apesar de contemporâneas, diferenciavam-se em inúmeros aspectos. Ou até mesmo na história contemporânea não é difícil encontrar diferenças na cultura indiana em relação à cultura americana.
Um dos primeiros pensadores da cultura sob o ponto de vista antropológico, Edward Tylor acreditava que a diferença entre as culturas era o seu grau de evolução, colocando, assim, a cultura das nações europeias como superior às culturas tribais indígenas, por exemplo. Este pensamento é devido