Cultura: um conceito antropologico
1ª parte: Da natureza da cultura ou da natureza à cultura.
A natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantém separados, mesmo antes da aceitação do monogenismo, os homens se preocupavam com a diversidade de modos de comportamento existentes entre os diferentes povos. Na verdade, cada qual considera bárbaro o que não se pratica em sua terra, desde a antiguidade, foram comuns as tentativas de explicar as diferenças de comportamento entre os homens a partir das variações dos ambientes físicos, esta comparação pode começar pelo sentido do trânsito na Inglaterra, que segue a mão esquerda, pelos hábitos culinários franceses, onde rãs e escargots são consideradas iguarias, até outros usos e costumes que chamam mais atenção para diferentes culturas.
1. O determinismo biológico
São velhas e persistentes as teorias que atribuem capacidades específicas inatas a raça ou a outros grupos humanos convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais. Em 1950, quando o mundo se refazia da catástrofe e do terror do racismo nazista, antropólogos físicos e culturais, geneticistas, biólogos e outros especialistas, reunidos em Paris sob auspícios da UNESCO redigiram uma declaração que dizia: … as diferenças se explicam antes de tudo pela história cultural de cada grupo, um papel preponderante na evolução do homem é a faculdade de aprender e a sua flexibilidade sendo essa uma das características do Homo Sapiens, diante das pesquisas cientificas as aptidões mentais são quase a mesma nos grupos étnicos, qualquer sistema de divisão sexual do trabalho mostra que ele é determinado culturalmente e não em função da racionalidade biológica. O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo que chamamos de endoculturação.
2. O determinismo geográfico
A partir de 1920, os antropólogos Boas, Wissler, Kroeber e entre outros demonstram que existe uma limitação na influência