Cultura, poder e liderança nas organizações: um estudo de caso no setor de celulose
Autoria: Danielle Quintanilha Merhi, Katia Cyrlene de Araujo Vasconcelos,
Maria Goretti Emediato Fernandes, Vania Maria Goulart Lopes, Alfredo Rodrigues Leite da Silva
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar como a cultura e as relações de poder são articuladas pelas lideranças em seu cotidiano nas organizações. O estudo faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre a contextualização de diversos aspectos organizacionais na ótica da cultura e das relações de poder. Neste artigo, esses conceitos são articulados ao de liderança para nortear uma pesquisa qualitativa em uma empresa brasileira de grande porte, líder mundial na produção de celulose branqueada de eucalipto. Os dados foram obtidos por meio de 63 entrevistas semi-estruturadas com sujeitos nos níveis gerencial, administrativo e operacional, e tratados pela análise do conteúdo (BARDIN, 1997). Neste estudo a cultura organizacional é entendida como um fenômeno presente em diferentes grupos resultante do aprendizado social (SCHEIN, 1999); o poder tem diferentes fontes e instrumentos
(GALBRAITH, 1989), sendo um dos elementos de manutenção e homologação desta cultura
(BERTERO, 1996); e a liderança é um processo social onde se estabelecem relações de influência entre pessoas (LIMONGI-FRANÇA; ARELLANO, 2002, p.259). Observou-se que as lideranças atuam por meio de um processo no qual os funcionários reconhecem uma aprendizagem coletiva, envolvendo as políticas da empresa e os seus canais de comunicação.
1. Introdução
O tema cultura tem invadido cada vez mais as organizações e a literatura existente aponta para uma diversidade de conceitos e um argumento recorrente é que as organizações tornaram-se por excelência uma fonte de riquezas e de cultura (CHANLAT, 2000). Nos diversos estudos sobre cultura organizacional é possível identificar duas correntes: A primeira entende a cultura como uma metáfora e tem suas