CULTURA NAS ORGANIZAÇÕES
CULTURA NAS ORGANIZAÇÕES
Muitos antropólogos tomam o conceito de cultura pelo todo da sociedade, enquanto muitos sociólogos limitam o conceito de cultura a uma das três dimensões do espaço social – a dimensão simbólica. O senso comum, por sua vez, confunde cultura com erudição: diz que tal ou qual pessoa é culta e pretende designar assim seu nível de escolaridade ou sua bagagem intelectual. Num sentido mais lato, porém, a linguagem corrente sinonimiza cultura e a arte. Expressões estéticas como esculturas, obras literárias, pinturas, apresentações de danças, peças teatrais, espetáculos de circo, concertos de música erudita, coleções de peças arqueológicas, filmes de autor, shows de rock recebem o rótulo de manifestações “culturais”, relegando todas as demais expressões simbólicas a outro departamento.
Na verdade, não há razões do ponto de vista analítico para conferir ao conceito da cultura a abrangência que alguns sustentam. Nem cabem confina-lo a uma única esfera simbólica com muitos sustentam. A cultura é aprendida, transmitida e compartilhada. Não decorre de uma herança biológica ou genética, mas resulta de uma aprendizagem socialmente condicionada. É disso que se trata quando se fala de socialização ou de endoculturação: os agentes sociais adquirem os códigos coletivos e os internalizam, se tornam produtos do meio sociocultural em que se crescem; se conformam aos padrões culturais vigentes e, com isso, se submetem a um processo de integração ou de adaptação social.
A cultura organizacional especifica a identidade da organização. É construída ao longo do tempo e serve de chave para distinguir diferentes coletividades. Aliás, quando ocorrem fusões, aquisições ou incorporações de empresas, sob o fogo cruzado da multiplicidade das maneiras de ser, as culturas organizacionais gritam de tão diversas que são. Reagem também quando, sob o aguilhão da concorrência, irrompe a necessidade