Cultura grega
Dança
Sobre a dança grega sabe-se pouco e especula-se muito, dificuldade nascida da ausência de evidências diretas. Tudo que se pôde conhecer deriva de descrições literárias e registros visuais em pinturas, relevos, gemas e estatuária, muitas vezes genéricos e imprecisos. Entretanto, parece haver um consenso de que a dança era tão apreciada e disseminada quanto as outras artes, estando presente em toda a vida social grega, frequentemente associada à música, à poesia, ao teatro, ao entretenimento privado e a festividades religiosas e cívicas. Aparentemente esta arte alcançou um elevado grau de sofisticação, veiculando símbolos, evocando mitos e ilustrando eventos históricos, e a habilidade na dança era tão prestigiada como a capacidade guerreira. Aliás, a dança fazia parte da educação dos soldados e se estruturava por uma consistente normatização de movimentos, cujo rigor se comparava às manobras militares coletivas. Vários tipos de danças militares foram descritos na literatura, incluindo aquelas que se valiam de manipulação de armas e as que imitavam os movimentos dos animais. Danças deste último tipo também eram praticadas em rituais religiosos, principalmente nos cultos de mistério, onde se destacavam as danças orgiásticas executadas pelas mênades nos ritos de Dionísio. Outras formas incluíam as danças específicas para matrimônios, que tinham em geral um caráter processional ou desenhavam círculos e giros, acompanhadas de palmas e gesticulação, e as danças fúnebres, em geral procissões dinamizadas por uma gestualidade dramática, com mãos cruzadas sobre o peito, rasgamento de roupas, arranhamento da face, abraços. No teatro a dança era invariavelmente conduzida pelo coro, fazendo uso de figurinos apropriados e realizando movimentos solenes de caráter