Cultura Grega
Festivais Gregos
Festivais Pan-Helénicos
Desde sempre, as cidades gregas realizaram festas em honra dos seus antepassados, integradas no culto político e patriótico próprio de cada pólis, um pouco à imagem das que cada família fazia também. São exemplos as célebres Panateneias, em Atenas, dedicadas à deusa Atena, as festas em honra de Ártemis, em Éfeso, ou a Hera, em Argos e Samos. Todas elas possuíam uma base eminentemente religiosa, congregadora da população da pólis em honra do seu deus, ao qual ofereciam procissões, vigílias, corridas, oferendas, preces, sacrifícios, com particular expressão no Hecatombéon (7.o mês grego), em que se distribuía a carne dos 100 bois que se sacrificavam nas festas da pólis.
Os Gregos acreditavam reconciliar-se com os seus deuses nestas festas. Construíam, para tal, templos ou santuários, como em Delfos, onde existia um oráculo à frente do qual estava uma sacerdotiza (pitonisa) afamada pelos seus dotes adivinhatórios, por todos consultada, em tempo de guerra ou de paz. Delfos, espécie de cidade santa do mundo grego antigo, adquiriu um estatuto de cidade pan-helénica, administrada por vários povos gregos que asseguravam a universalidade e a conservação dos seus edifícios religiosos. Os lugares sagrados, pan-helénicos, eram bastante disputados pelos Gregos, o que demonstra bem a importância que era dada aos festivais que neles ocorriam.
Porém, este santuário de Delfos, como alguns outros, assumia uma importância que ultrapassava a da cidade. As suas festividades estendiam-se a todos os cidadãos gregos, mesmo os das colónias mediterrânicas ou do Mar Negro: eram os chamados Festivais Pan-Helénicos.
As instituições pan-helénicas tiveram uma grande importância no mundo grego antigo, criando um equilíbrio na vida social. Como em mais nenhuma ocasião, uniam as várias pólis, sendo obrigatório mesmo o cumprimento da trégua sagrada no Hecatombéon, mês dos festivais, para todos a eles se dirigirem em paz. As guerras e