Cultura, etnocentrismo e a cultura brasileira
De acordo com o antropólogo britânico Edward Burnett Tylor, o termo cultura pode ser definido como um complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade. A própria palavra cultura é derivada do latim colore, que significa “cultivar”. Sendo assim, uma das principais características da cultura é o caráter cumulativo que ela possui; a cultura transforma-se constantemente, perdendo e incorporando aspectos mais adequados a geração contemporânea. Apesar dessas definições antropológicas, o termo cultura muitas vezes se confunde, erroneamente, com noções como educação, bons costumes, etiqueta, comportamento da elite, entre outros termos burgueses. Tal confusão fez surgir certa hierarquização da cultura que ocorre até hoje, uma divisão entre a dita “cultura erudita” e a “cultura popular”. Nessa visão, a cultura erudita é criada e consumida pelas classes mais altas da sociedade, enquanto a cultura popular é considerada mais pobre, mais acessível e mais barata e, consequentemente, consumida pelas classes medianas e baixas da sociedade.
No caso brasileiro, muitas vezes um modelo cultural pré-estabelecido é “empurrado” para o consumo da população das classes baixa e média pelos meios de comunicação. São vários os motivos para que isso aconteça, mas sem dúvida o principal é que existe uma facilidade financeira maior por parte dos meios de comunicação dominantes expondo uma cultura pronta, “enlatada”, e mais fácil de ser digerida oriunda de um país dominante do que de fato construir uma identidade cultural brasileira e reproduzi-la em um formato que agrade o público (e os anunciantes). Um exemplo de tal fato é simplesmente assistir um filme na televisão aberta, quais as chances da produção ser inteiramente brasileira?
O etnocentrismo, termo formado pela justaposição da palavra de origem grega ethnos