cultura de massa
Cultura de massas e outras culturas: as concepções contemporâneas de Edgar Morin e
Néstor García Canclini sobre a cultura de massas
Fernanda Dutra
Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Orientação: Prof.ª Dr.ª Gislene da Silva.
Resumo: Fazer a sociologia do presente era a ambição do pensador francês Edgar Morin, na
década de 60. Analisando a cultura de massa, criada pelo sistema industrial capitalista, Morin diagnosticou o prejuízo da cultura culta e da popular diante da cultura massiva. Além disso, ocorreria a homogeneização dos costumes, uma vez que a indústria cultural procurava atingir o maior público possível. A massa não responderia. Na década de 90, o argentino Néstor García
Canclini, analisando também o presente, a partir de pesquisas de campo inclusive, disse que a cultura de massas não acabou com as culturas culta e popular, mas se integrou a elas criando culturas híbridas. Acreditando no consumidor dos produtos culturais, García Canclini sugere que o consumo seja ligado à cidadania para aplicar políticas culturais que valorizem a multiplicidade cultural.
Palavras-chave: Cultura de massa – hibridação cultural – sincretismo – consumo
1. Considerações iniciais
Cultura de Massas no Século XX, de Edgar Morin, foi lançado em 1962. É difícil alinhá-lo a somente uma linha de pensamentos, pois ele escreveu muitos livros e elaborou vários conceitos. No entanto, Mauro Wolf considera que o livro de 1962 seja a base da Teoria Culturológica (WOLF, 1987, p. 100). Neste artigo, pretende-se trazer as idéias a respeito da cultura de massa de Morin junto às idéias de Néstor García Canclini expostas nos livros
Culturas Híbridas e Consumidores e Cidadãos.
Morin validou a produção cultural com fins lucrativos e a relação da cultura de massa com as outras culturas (popular, culta, religiosa, nacional, etc).