Cultura corporal de movimento
O ser humano se expressa segundo o contexto cultural em que está inserido. A cultura corporal de movimento envolve a relação do corpo e da sociedade, configura-se como um conhecimento que vai sendo construído e reconstruído ao longo da vida e da história. O corpo humano possui história e, esta história, faz com que ele se modifique constantemente criando novos significados mediante experiências que vão ocorrendo, assim, “o corpo humano, ao estar atado ao mundo em que vive, cria movimentos e, ao mover-se, cria sentidos”.
A cultura corporal de movimento está inserida no amplo campo da cultura e é dimensão constituinte da cultura humana, sendo condicionada histórica e socialmente. Diferentes manifestações corporais são atribuídas dentro do contexto da cultura corporal de movimento, assim, os jogos, esportes, ginástica, danças, brincadeiras, cantigas de roda e lutas, apresentam um SENTIDO e SIGNIFICADO para quem a produziu e reproduziu. Essas práticas corporais constituem-se, para o grupo cultural que a produziu, em um fator identitário.
Como conceito, compreende práticas expressivo-comunicativas que se externalizam pela expressão corporal, podendo ser determinada pela cultura ou determinante da mesma, ao passo que estabelecem uma relação dialética entre elas. Ou mais resumidamente, é um conjunto de movimentos e hábitos corporais de um grupo específico.
Mas porque esse conceito não é tão difundido? Aqui vemos um jogo de poder. As lutas por hegemonia são constantes no campo cultural. Nesse contexto, podemos refletir porque algumas práticas culturais corporais são mais difundidas que outras. Pensar, por exemplo, porque o futebol é a paixão da nação e porque as danças folclóricas são caladas pelo poder hegemônico. Porque há o apagamento da história de lutas e origens de variadas manifestações culturais? Quais são os interesses que estão atrelados a isto? Tratar esses conhecimentos como pouco importantes, deixados à margem da