Cultos afro
Ver artigo principal: Candomblé, Umbanda, Sincretismo e Religiões afro-brasileiras
No Brasil, o termo "espiritismo" é historicamente utilizado como designação por algumas casas e associações das religiões afro-brasileiras, e seus membros e frequentadores definem-se como "espíritas", nomeadamente a Umbanda, como por exemplo a atual Congregação Espírita Umbandista do Brasil, com sede no estado do Rio de Janeiro. Mesmo congregando elementos católicos, africanos e do ocultismo, a umbanda se constituiu como uma modalidade de espiritismo. É o que indicam os primeiros livros que identificavam a nova religião. Seus mentores criam em 1939 a Federação Espírita de Umbanda, e em 1941 realizam o I Congresso Brasileiro de Espiritismo de Umbanda.
— GIUMBELLI, Emerson. "Kardec nos Trópicos". in Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 3, nº 33, junho de 2008, p. 14-19.
No Brasil Império a Constituição de 1824 estabelecia expressamente que a religião oficial do Estado era o Catolicismo.[22] No último quartel do século XIX, com a difusão das idéias e práticas espíritas no país, registraram-se choques não apenas na imprensa, mas também a nível jurídico-policial, nomeadamente em 1881, quando uma comissão de personalidades ligadas à Federação Espírita Brasileira reuniu-se com o Chefe de Polícia da Corte e, subsequentemente, com o próprio Imperador D. Pedro II, e após a Proclamação da República Brasileira, agora em função do Código Penal de 1890, quando Bezerra de Menezes oficiou ao então presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, em defesa dos direitos e da liberdade dos espíritas.[23] Outros momentos de tensão registrar-se-iam durante o Estado Novo nomeadamente em 1937 e em 1941, o que levou a que a prática dos cultos afro-brasileiros conhecesse uma espécie de sincretismo sob a designação "espiritismo", como em época colonial o fizera com o Catolicismo.[24]
Com relação à Umbanda, surgida em 1908 no estado do Rio de Janeiro, a postura da