Culto a magreza
Desde a década de 90, o padrão de beleza esquálido das modelos extrapolou as passarelas e virou moda. Mas até que ponto é saudável perder peso? “A linha que separa a magreza fashion da doentia é tênue”, afirma Silvana Martani, psicóloga da Clínica de Endocrinologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo. Não é à toa que, nos últimos cinco anos, cresceu em 80% o número de pacientes com distúrbios alimentares em seu consultório. O culto à magreza atinge no Brasil principalmente mulheres das classes média e alta.
Desenvolvimento
O corpo se transformou em mais um objeto de consumo, em mais um simulacro, pois passou a não ser uma imagem autêntica, simulacros de valor, beleza e realização (PHILIPPI; ALVARENGA, 2004).
Entender a transição e o papel do corpo na atualidade é muito complicado, sendo objeto de estudo da psiquiatria, antropologia, sociologia, educação física e da nutrição, levando discussões profundas e complexas (PHILIPPI; ALVARENGA, 2004). O que é beleza? Quais atributos ditam o belo? Qual é o papel da cultura, política, economia nesta definição? Em que momento se nomeou o magro de belo? (PHILIPPI; ALVARENGA, 2004).
Mídia
A mídia tem sido essencial na constituição da identidade moderna e na produção de conceitos e comportamentos, educando, disciplinando, regulando corpos e constituindo sujeitos (RUSSO, 2005).
A indústria cultural pelos meios de comunicação encarrega-se de criar desejos e reforçar imagens padronizando corpos. Olhares voltam-se ao mesmo na contemporaneidade sendo moldado por atividades físicas, cirurgias plásticas e tecnologias estéticas (RUSSO, 2005).
As pessoas aprendem a avaliar seus corpos através da interação com o ambiente, assim sua autoimagem é desenvolvida e reavaliada continuamente durante a vida inteira, mas as necessidades de ordem social ofuscam as necessidades individuais. A imagem que a pessoa tem ou cria em seu corpo passa a ser muito mais real que o próprio corpo em si. (PHILIPPI; ALVARENGA, 2004).