CULTO AO CORPO
(...) a boa forma passa a ser considerada uma espécie de melhor parte do indivíduo e que, por isso mesmo, tem o direito e o dever de passar por todos os lugares e experimentar diferentes acontecimentos. Mas aquilo que ainda não é boa forma e que o indivíduo considera “apenas” o seu corpo, torna-se uma espécie de mala por vezes incomodamente pesada, que ele necessita carregar, embora muitas vezes ele queira escondê-la, eliminá-la ou aposentá-la. Durante séculos o corpo foi considerado o espelho da alma. Agora ele é chamado a ocupar o seu lugar (...) (Sant’Anna, 2001, p. 108). No outro extremo do culto ao corpo está a obesidade, onde o gordo tornou-se excluído do mundo dos belos; é desprezado pela sociedade e por si. Na obesidade o peso do corpo não é somente uma balança medindo quilos, não é uma fita métrica que enumera um tamanho. Na obesidade jaz um ser que é abominado, um ser negado pela beleza. E sem o direito à felicidade. Segundo SANT’ANNA (2001), “Numa sociedade que, desde pelo menos a década de 1920, começou a nutrir uma franca