CULTIVO DE COGUMELOS (COMPOSTAGEM, CONDUÇÃO E AMBIENTE) Augusto Ferreira da Eira Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agronômicas, Departamento de Produção Vegetal, Área de Biotecnologia e Microbiologia Agrícola, Módulo de Cogumelos, CP 237, CEP 18603-970, Botucatu, SP, Brasil. E-mail: augusto_eira@fca.unesp.br Introdução Os cogumelos comestíveis, sempre apreciados por seu valor gastronômico, vêm crescendo de importância nos últimos anos quanto à possibilidade de reciclar economicamente certos resíduos agrícolas e agro-industriais (CHANG & MILES, 1984). Considerando também o elevado conteúdo protéico, seu cultivo tem sido apontado como uma alternativa para incrementar a oferta de proteínas, para países em desenvolvimento e com alto índice de desnutrição (CHANG & HAYES, 1980; CHANG et al., 1992; WUEST et al., 1987). Além desses aspectos, a importância dos cogumelos também está ligada ao mercado em contínuo crescimento, aos avanços tecnológicos para melhorar a qualidade, produtividade e custo de produção, ao ainda baixo consumo “per capita” mesmo nos países mais desenvolvidos e, às ilimitadas opções de espécies que podem ser cultivadas. As propriedades medicinais ou nutricêuticas de alguns cogumelos também vêm incrementando o seu valor agregado e, sob o ponto de vista empresarial, considera-se que o cultivo de cogumelos exige tecnologia e, portanto, constitui-se em atividade diferenciada e seletiva do ponto de vista técnico-econômico, pois, a diminuição dos custos de produção, pode representar um grande trunfo para o sucesso do empreendimento. O cultivo comercial de fungos comestíveis no Brasil restringe-se ao Agaricus bisporus, ao shiitake (Lentinula edodes) e, raramente, ao Pleurotus spp. Também são raros os relatos de pesquisas brasileiras no assunto sendo que o Instituto de Botânica de São Paulo foi um dos pioneiros, tendo criado em 1985 um Centro de Pesquisa de Cogumelos Comestíveis, em Mogi das Cruzes e, em 1986, foi criado um núcleo de ensino,