Cuidar dos dentes

Tem muitas coisas na vida que a gente não entende. Eu, por exemplo, achava que grande parte das pessoas não escovavam os dentes porque não sabiam da existência de escovas e pastas de dente com valores bem acessíveis. Até o dia em que parei para escrever essa matéria. Fui até o mercado para checar os preços e dar uma informação apurada para você, leitor, quando um homem me abordou. Pensei que ele iria pedir dinheiro, a julgar pelos trajes que vestia, mas, ao invés disto, ele me pediu comida. Não pude deixar de observar seus dentes, que no caso, estavam em péssimas condições.

Depois do tapa na cara (às vezes necessário), passei a pensar que talvez o problema esteja mais embaixo: numa escala de importância, comer vem em primeiro lugar. E se já não há muito dinheiro para a comida, como então cuidar da higiene?

Nosso corpo, embora constituído de vários sistemas e partes diferentes (e igualmente importantes), continua sendo um só. Quais serão, então, os efeitos que ele sofre quando nos esquecemos da parte bucal? “A boca é a parte mais suja do nosso corpo, por conter maior número de microorganismos patogênicos (capazes de causar doenças)”, afirma o Dr. Jorge de Alencar Vargas, dentista formado pela Universidade de Marília, no estado de São Paulo. Quando não escovamos ou deixamos de cuidar dos dentes, permitimos toda a proliferação e vida destes microorganismos na nossa boca, e se estes (através de algum corte ou baixa imunidade), tiverem oportunidade de se infiltrar na nossa corrente sanguínea, poderão se instalar em algum de nossos órgãos e causar outras doenças.

Para manter uma boa saúde bucal, podemos recorrer a formas e hábitos alternativos. “Antigamente não tinha escova. No Nordeste, por exemplo, as pessoas usavam pó de juá, que é uma planta, e mantinham ótima higiene bucal”, conta o Doutor Jorge. O necessário mesmo é saber que cuidar dos dentes é tão importante como cuidar da alimentação, e às vezes não nos damos conta, mas este é um cuidado que vai um