Cubo Negro
Então Sophie viu o Cubo Negro.
Ele estava parado lá como sempre estivera. sempre estará
Nada mais parecia real, apenas ele. A floresta evanescera, a chuva cessara. Fome, dor, cansaço se tornaram apenas lembretes de que Sophie ainda estava viva.
Porém, nada mais importava.
Distante, em sua cabeça ela ouvia os sons da luta e tinha uma vaga consciência de que Eldred morria naquela hora. não importa, Ele existe, O Cubo existe
Suas arestas mediam aproximadamente dois metros, e mesmo que esse pensamento não passasse em sua mente de forma direta, Sophie sabia que nenhuma unidade de medida poderia mensura-Lo.
Ele se comunicava com ela. Ele falava. Vibrava em sua presença. E ela sentia. Respondia.
Um grito gorgolejante cortou o som da chuva. O último grito da pessoa que ela amava. Mas isso não importava.
Ela queria tocar o Cubo, queria esfregar o rosto nele, ser sugada por ele. Suas pernas caminhavam, porém Ele se afastava sem sair do lugar. O espaço se distorcia, ela não estava mais perto e sim mais distante. A realidade ao redor do Cubo de moldava de acordo com sua vontade. Sua existência era hedionda, caótica, era fisicamente impossível. O Cubo nem sequer tocava o chão. Sophie sentia vontade de se aproximar e se unir ao Cubo, ser possuída por Ele e ter o que queria dele. Sua chance era agora.
Havia algo errado. De súbito, Sophie fora tomada uma sensação de enjoo vertiginosa quando notou que o estava acontecendo. Quando percebeu que o tempo também se distorcia, assim como o espaço. Um pássaro voou de costas no céu e gotas de chuva subiam por toda a clareira. Outra vez ela ouviu o mesmo grito de Eldred, em uma abominável versão reversa, como em disco girando ao contrário. desespero Sophie tentou pensar em seu companheiro de jornada, em como ele a ajudara a se livrar dos Fantasmas, tentou sentir gratidão, tentou até mesmo agarra-se ao sentimento de amor que desenvolvera por Eldred durante as noites que transaram nos