cubismo
A formação territorial do Brasil remonta a um processo de longa duração que se iniciou com a chegada dos portugueses e se estendeu até 1903 com a incorporação do estado do Acre, até então pertencente à Bolívia. Mas o atual território brasileiro corresponde em larga medida àquele que pertenceu à monarquia portuguesa no período de 1500-1822, embora a ocupação e a colonização lusitanas se efetuaram de forma gradual e descontínua pois, em certos momentos, territórios foram ocupados por outras potências européias que não reconheciam o Tratado de Tordesilhas de 1494.
A colonização propriamente dita iniciou-se depois de 1530 e por um longo espaço de tempo restringiu-se a uma parte ínfima deste extenso território que fora delimitado pela linha demarcatória do Tratado assinado entre as monarquias ibéricas, e confirmado por bula papal. Neste sentido, as expedições de reconhecimento e a fortificação da costa até a terceira década do século XVI foram incentivadas pela Coroa portuguesa para assegurar o monopólio sobre o escambo do pau-brasil efetuado com os indígenas no litoral.
Mas, a partir de 1530, a Coroa lusa começou a dar atenção as suas terras americanas. Optou-se por uma nova estratégia para salvaguardar o território, fonte de litígio com outras potências européias, e para tirar proveito econômico de suas potencialidades. É neste contexto que se insere a expedição de Martim Afonso de Souza, de 1532, direcionada ao estabelecimento de núcleos de povoamento, à implementação de um sistema jurídico-político-administrativo e à introdução do plantio da cana-de-açúcar. Para tanto, em 1534, recorreu-se também à divisão do território em capitanias hereditárias, uma divisão um tanto quanto aleatória, que abrangia o território entre o rio Amazonas e São Vicente, não compreendendo, portanto, a região interiorana do sudeste e a região sul que futuramente irão ser disputadas entre Portugal e Castela.
Tal sistema administrativo não deu os resultados esperados,