Cubismo e expressionismo
O termo expressionismo tem sentido histórico preciso ao designar uma tendência da arte europeia moderna, enraizada em solo alemão, entre 1905 e 1914. À ideia de registro da natureza por meio de sensações visuais imediatas, cara aos impressionistas, o expressionismo contrapõe a expressão que se projeta do artista para a realidade. Para os expressionistas, arte liga-se à ação, muitas vezes violenta, através da qual a imagem é criada, com o auxílio de cores fortes - que rejeitam a verossimilhança - e de formas distorcidas. A afirmação do expressionismo se dá com o grupo Die Brücke, criado em 1905 em Dresden, contemporâneo ao fauvismo francês, no qual se inspira.
Formado por artistas como Ernst Ludwig Kirchner e Ernst Barlach, entre outros, o grupo define objetivos e procedimentos que ficam, daí por diante, associados ao movimento alemão: o caráter de crítica social da arte; as figuras deformadas, cores contrastantes e pinceladas vigorosas que rejeitam todo tipo de comedimento; a retomada das artes gráficas, especialmente da xilogravura; o interesse pela arte primitiva. Essa poética encontra sua tradução em motivos retirados do cotidiano, nos quais se observam o acento dramático e algumas obsessões temáticas, por exemplo, o sexo e a morte.
A arte expressionista encontra suas fontes no romantismo alemão, em sua problematica do isolamento do homem frente à natureza, assim como na defesa de uma poética sensível à expressão do irracional, dos impulsos e paixões individuais.. Assim como uma releitura do simbolismo, pelas possibilidades que abre à fantasia e ao universo onírico, embora os expressionistas descartem uma visão transcendente do simbólico e certo espiritualismo que rondam a linguagem simbolista. O pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944) é talvez a maior referência do expressionismo alemão.
A dramaturgia de Ibsen e Strindberg bem como as obras de Van Gogh e Gauguin marcam decisivamente os trabalhos de Munch, em sua ênfase no sentido trágico