Crônica
É engraçado, também, como não notamos nem quando o corpo e a mente tomam formas de adulto. Quando nos damos conta, já era. Somos adultos e querendo voltar a sermos crianças! Afinal, quem nunca parou e se questionou o porquê de, na infância e adolescência, a vontade explosiva de querer crescer, de pular as fases, de chegar aos 30?… Época boa. Não havia contas, problemas, a vida era mais fácil.
Aos 10 anos, nunca, nunca mesmo, imaginei que fosse chegar onde estou agora... Aos 18, quase formado, lutando para ingressar na universidade, com amor (es)(im)possível(is), com amigos de longa e curta data, com família unida, com tarefas, responsabilidade e mais um monte de coisa pra dar conta.
Aos 18, já estudando mecânica, eu queria mesmo era chegar aos 30 com ideais intactos, com ingenuidade, amor, carinho e sinceridade pra dar. Não imaginei que, aos 30, estaria pensando em tirar férias porque precisava descansar, ou que teria que controlar meu tempo pra fazer tudo o que era possível, dormir, trabalhar, almoçar, ir a bancos, visitar família… não imaginava nem que teria telefone celular algum dia. E, mesmo assim, quando alguma coisa acontece, fico procurando o adulto mais próximo para amparar a criança que há dentro de mim. Porque nem importa quantos anos eu tenha vivido, mas a certeza de que quem eu sou nunca vai morrer. Essa criança aqui reside em mim. Sem projeções e expectativas. Que venha o amanhã, porque eu quero é viver. Um dia de cada vez, mas quero!