Crônica A fila
Crônica: A Fila
São Paulo, cidade da correria, do movimento, do trampo. Numa tarde, às pressas, um homem tenta trocar o cheque, emprestado, em uma fila imensa, que dava voltas e o fazia roer as primeiras unhas da mão esquerda. Precisava daquela grana com urgência. Sem terno, sem gravata, sem automóvel. Não podia simplesmente desistir e voltar no dia seguinte, aquilo era, realmente, importante! O horário de fechamento do caixa se aproximava. Ainda lhe restava as últimas unhas da mesma mão. Na fila preferencial, ao lado, uma senhora observa suas humildes vestimentas, enquanto a hora corria e a fila pouco diminuía. Seu contínuo e extremo nervosismo consumia seu indicador direito, e, por um momento, ele se distrai ao reparar naquela mesma idosa, que de repente estava lá na frente. Sua vez! Mal pode acreditar quando percebeu que estava prestes a ser atendido. Correu, parou na primeira farmácia que viu e foi às pressas para o barraco. Ainda não era tarde demais. Já estavam, agora, ele e sua mulher, preparados para enfrentar mais uma fila, a do hospital. Ela entra, finalmente, para a sala de cirurgia já no fim da tarde. Na espera, ansioso, ele completa seu ritual roendo o “mindinho” da mão direita.
Crítica do Filme “Incógnito” A arte como mercadoria
Harry Donovan é um especialista falsificador de quadros, pois vê nisso uma grande oportunidade de lucro, visto que muitas pessoas se interessam em suas pinturas para comercialização das mesmas.
Após receber uma carta informando que suas exposições na galeria seriam suspensas, ele decide, então, aceitar uma proposta de alguns negociantes de arte, e foi para Amsterdã estudar o grande artista Rembrandt para conseguir uma falsificação do quadro.
Ao contrário da maioria dos artistas, Harry nunca assinava seus quadros (que eram, impressionantemente, idênticos aos originais).