Crônica - Comunicação humana,criatividade e humor
“As pessoas liam Telmo e saiam repetindo seus epítetos, piches e definições”
No jornal O Estado de São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 2013, página C6 lê-se a seguinte manchete: “Crônica perde sua melhor serpente” Telmo Martino *1931†2013.
Conhecido por seu veneno capaz de provocar o choro e intenções de assassinato por parte dos citados em suas crônicas, de uma forma geral, despertava gargalhadas do leitor. Muitos recebiam dele apelidos e definições que eram repetidos nos restaurantes e saraus. Alguns exemplos são “as turmas” que ele delimitou e nomeou. Uma colônia italiana endinheirada e melômana constituía o pessoal do “Scala-e-escarola” . Paulo Maluf e outros descendentes de libaneses formavam o bando do “Quibe-e-quilate”.
Como poucos Telmo soube criticar de forma culta e sofisticada em uma época em que as colunas sociais se limitavam a fazer elogios de casamentos e batizados bacanas. Afinal, o que seria da comunicação humana sem as figuras de linguagem? Muito utilizadas em seus textos e crônicas.
Embora sejam mais frequentes na literatura, podem ocorrer em qualquer situação, na propaganda, na fala coloquial (gírias principalmente), na imprensa, nas letras de música etc.
Alguns bordões populares como: “Fala mais que o homem da cobra” (metonímia) que faz referência aos camelôs que vendiam remédios “milagreiros” que “curavam” todos os males e sempre andavam com uma cobra para atrair a clientela e hoje define uma pessoa que fala demais sem entender do assunto.
Ou na música, como a de Bruno e Marrone “Choram as rosas” (personificação):
“Choram as rosas
Seu perfume agora
Se transforma em lágrimas
Eu me sinto tão perdido”
Agora, imagine uma conversa com seus amigos sem utilizar nenhuma metáfora ou metonímia, difícil hein?
A linguagem figurada é um recurso que consiste em apresentar uma ideia por meio de combinações incomuns de palavras. Bechara acrescenta que a significação das palavras está intimamente