Crónica sobre Fome

No instante em que o site do Facebook abriu para que eu pudesse dar continuidade à minha habitual rotina de “cusquice” (talvez não deveria colocar a palavra cusquice entre aspas, pois na verdade, o que a maioria das pessoas faz no Facebook é cuscar a vida de terceiros) no feed de notícias, deparei-me com um tipo de petição para que todos os utilizadores contribuíssem com o valor simbólico de 10,00€, para uma organização da qual não me recordo o nome, com o objetivo de o dinheiro ser doado á população residente em África por diversas razões, mas a primeira razão que me veio ao pensamento foi a fome.
Detesto que esta palavra faça parte do nosso vocabulário, odeio ter que pronunciar este horrendo vocábulo.
Mais de um bilhão de pessoas não têm nada que comer. A cada 3 segundos há uma pessoa a morrer por estar faminta. Em contrapartida aos alimentos come-se lixo. A fome é considerada um problema social ou político? O tema fome é aceite na sociedade porque pelo modo de visão de muitas pessoas “há coisas mais importantes e com mais urgência de serem resolvidas”.
O mais bizarro é que muitas das vezes a fome existe nas áreas onde os alimentos são produzidos, como os campos agrícolas e outras, onde o que mais importa é vender tudo e com esse dinheiro ter que se pagar as despesas. E, por muito estranho que pareça, as pessoas não têm a capacidade de se revoltar, de expor os seus problemas e impor condições. Devido a este mutismo mais de 1 bilião passa fome ou estão subnutridas.
E posteriormente a tudo isto há ainda quem se beneficie da chamada fome. E está mais que claro que esses favorecidos somos nós próprios. Não é preciso fazer um testamento das razões, basta duas: impingimos a nós próprios sempre que vamos comprar mantimentos que estes devem ser baratos, mas depois de uma volta inteira ao supermercado acabamos por trazer “porcarias” que não nos vão alimentar, mas sim “matar a gula”, consequentemente gastamos o dobro do dinheiro previsto; outra situação é, como