Crónica Contra a saudade

Todos nós, seres humanos, quer queiramos ou não, sentimos sempre saudades de alguém. Esse alguém pode ser um famíliar, um amigo, um professor, um ídolo, um namorado. Mas não sentimos saudades desse “alguém” “porque sim”, ou porque nos apetece simplesmente sentir saudade, sentimo-nos assim porque essa pessoa significou ou contribuiu em algo nas nossas vidas, e de repente, a vida pode fazer com que esta se afaste e podemos, ou não, um dia reencontrarmo-nos.
A saudade magoa, a saudade dói, faz-nos sofrer, faz-nos chorar por essa pessoa de quem sentimos falta, faz-nos relembrar todos os pequenos momentos que passamos juntos, faz-nos sentir confusos, sentimos um vazio, uma mão cheia de nada, como se nos tivessem tirado o chão sob o qual andamos. Destrói-nos por completo, deprime-nos.
Mas a maior saudade é aquela que sentimos quando perdemos alguém, um ente-querido, um famíliar, um amigo, ou um ídolo que infelizmente faleceu. É desesperante sentir a vontade de tocar no intocável, ou seja, de tocarmos, abraçarmos, sentirmos o cheiro, falarmos, desabafarmos com a única pessoa que nos compreendia mais do que ninguém, aquela pessoa em que confiávamos um tesouro...etc. Devia de ser crime perdermos quem amamos, crescermos ao lado de alguém que um dia, sem razão, irá partir para sempre.
É frustrante quando a pessoa que mais amamos procura uma nova vida, decide assim, trabalhar noutro país, longe daqueles que ama. Despedirmo-nos da pessoa que dentro de minutos decisivos vai embarcar rumo a uma longa viagem, podendo ser para sempre, essa é a maior dor. Juntarmos todos os sentimentos num só, seguidos de choros e gemidos no meio de uma multidão, ajoelhado sob o chão frio e os cotovelos firmes, com a cabeça encostada aos antebraços e chorar, chorar, chorar.
Para terminar, gostaria ainda de dar um último exemplo de saudade: A saudade que sentimos por alguém que está longe.
Sentirmos saudades de quem está perto, também é outro tipo de sentimento que magoa.
Nem sempre o facto