Crítica: muito além do cidadão kane
Muito Além do Cidadão Kane (Beyond Citizen Kane), é um documentário televisivo produzido por Simon Hartog e exibido pela rede do Reino Unido chamada Channel 4 em 1993. O filme foca sua crítica na Rede Globo, do jornalista Roberto Marinho (1904-2003), na sua posição no cenário nacional e no seu monopólio na área da comunicação, que influencia diretamente nos âmbitos político, econômico e social. A obra recebeu este título devido à comparação feita entre Roberto Marinho e o personagem Charles Foster Kane (que faz alusão ao magnata norte-americano William Randolph Hearst), retratado no filme Além do Cidadão Kane (1941), de Orson Welles.
No Brasil, o documentário foi Censurado por uma ação de Roberto Marinho na justiça (através de meios jurídicos questionáveis e explicitamente corruptos), o que só demonstra mais claramente o poder que a Rede Globo tem sobre diferentes esferas da sociedade; mesmo assim a Rede Record comprou os direitos de transmissão exclusiva. Em 1994, ocorreria a primeira exibição pública da obra no MAM-RJ (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro), porém, um dia antes da exibição, a polícia militar recebeu uma ordem judicial para apreender todas as cópias e cartazes do filme. Ao longo dos anos 90, o documentário só era acessível a algumas universidades do país; em 1995, a Globo tenta apreender as cópias disponíveis na USP (Universidade de São Paulo), sem sucesso; nos anos 2000, com a popularização da internet, o documentário passa a ser mais visto e