Crítica "Laranja Mecânica"
Uma adaptação do Romance de John A. B. Wilson, o filme “Laranja Mecânica” (Clockwork Orange) conta com a direção de Stanley Kubrick e uma profunda análise comportamental. Pode-se constatar pelo título que se trata de uma contradição, visto que existe a ideia de algo orgânico, mas de funcionamento programado, ou seja, a representação do ser humano analisado sob uma perspectiva mecânica, planejada, segundo a visão behaviorista. Alex, jovem inglês e líder de um grupo o qual ele denomina serem seus “drugues” (termo provindo da expressão russa “droogs” , que designa uma grupo de jovens delinquentes), cometem horrores durante as madrugadas desrespeitando qualquer tipo de lei: roubos, estupros, brigas e até mesmo assassinatos. O nome do protagonista, “A-lex”, faz referência ao seu comportamento violento; do latim significa “sem lei”. Em um episódio do filme, os jovens agridem violentamente um velho bêbado o qual afirma que “a lei e a ordem não existem mais” permitindo que as gangues atuem livremente na sociedade (hipoteticamente do século XXI). A personagem principal vem de uma família de classe média em que seus pais não tinham consciência do que se passava em sua vida. Um rapaz de gostos incomuns na arte e nas palavras, é apaixonado pela música de Beethoven (especialmente pela 9a sinfonia) e sente prazer pela violência e sexualidade, agindo de forma completamente fria e impiedosa. Estas atitudes podem demonstrar um insatisfação com a sociedade a qual utiliza de métodos para “conter o indivíduo” e manter o equilíbrio social. Assim, o jovem poderia estar indo contra ela como uma maneira de evitar a autodestruição caso a agressividade seja impedida de se manifestar, atirando-a contra aqueles que não lhe agradavam; um sádico, talvez. Em um dos seus ataques, porém, os amigos de Alex já cansados de sua liderança autoritária armam contra ele fazendo-o alvo fácil para a polícia. Neste sentido, a atitude coercitiva do jovem