Crítica da modernidade
CAPÍTULO I – AS LUZES DA RAZÃO
Logo no primeiro capítulo de seu livro, Alain Touraine diz que é impossível que uma sociedade seja moderna se ainda procura organizar a si mesma e agir segundo o que chama de uma revelação divina ou uma essência nacional. A modernidade é composta por atividades racionais, científicas, tecnológicas e administrativas. O Estado deve ser laico, ou seja, separado da religião, e crenças individuais devem caber apenas à vida privada. As leis devem ser impessoais, contra o nepotismo (favorecimento de parentes), clientelismo e corrupção, e a vida pública deve estar separada da vida privada, ao mesmo tempo em que o dinheiro público também deve se manter separado de bens pessoais de quem o administra. Segundo Touraine, o conceito de modernidade está diretamente vinculado ao de racionalização, pois abrindo mão da racionalização não se pode haver modernidade. Uma das críticas à racionalização, que é exposta em seu livro, é a destruição de laços sociais, sentimentos, costumes e crenças tradicionais, portanto, a forma de pensar o mundo é a partir do método científico, observação, experimentação, etc. O autor evidencia que a maioria dos países tiveram diferentes tipos de modernizações, mas que o Ocidente viveu e pensou a modernidade como uma revolução. Ele também usa o termo tábua ou tábula rasa, que quer dizer o homem como uma folha em branco, usando a definição de Locke. Touraine também diz que o indivíduo está somente submetido às leis naturais e que a sociedade deve ser tão transparente quanto o pensamento científico. Um pouco mais adiante, em "A natureza, o prazer e o gosto", o autor diz que se deve impor uma visão naturalista do homem, mas que na época do Iluminismo, o conceito de natureza era muito mais amplo que o de hoje e que englobava a origem e o fundamento das coisas. E esse apelo à natureza fundamenta fatores sociais, não religiosos e nem psicológicos. A ciência social nasce como ciência política ao passo que a