Crítica - assassinato do cinegrafista da band
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Psicologia Social e Comunicação
Texto Crítico sobre o assassinato do cinegrafista da BAND Gelson Domingos da Silva
Por: Lissiany Oliveira
Quanto vale uma cobertura jornalística? Para o repórter cinematográfico da Band, Gelson Domingos da Silva, a cobertura da perseguição a traficantes, na Favela de Antares, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, valeu a sua vida. A última cena registrada pelas lentes do cinegrafista na tarde do dia 6 de novembro de 2011, antes de ser Atingido no peito por uma bala de fuzil, reacendeu uma questão de que não se ouvia falar desde o assassinato do jornalista Tim Lopes, em 2002: “Vale o risco?”.
Não há dúvidas que os grandes meios de comunicação, fazem de seus profissionais da notícia verdadeiros “soldados da informação” que travam diariamente uma batalha na guerra da audiência. Alega-se o compromisso jornalístico, a busca incansável e algumas vezes até sem limites pela informação e diante da justificativa, todos os dias repórteres e cinegrafistas são colocados, lado a lado com policiais, nos conflitos armados com bandidos - sem o equipamento e treinamento dos profissionais da polícia - tão e simplesmente para noticiar uma operação policial, despertando assim a atenção de milhares de telespectadores, e conseqüentemente de dezenas de anunciantes, em troca de um salário absurdamente baixo. É a velha imprensa sensacionalista a serviço não da informação como deveria ser, mas, sobretudo, do lucro dos grandes grupos de comunicação. A exploração do caso do cinegrafista Gelson Domingos, por parte da imprensa também é um caso a se pensar. De tanta preocupação em fazer jus à morte do profissional, seus colegas acabaram caindo, mais uma vez, no sensacionalismo. Os principais meios de comunicação do país tratam o caso como um assassinato, um atentado contra a liberdade de imprensa, quando o que aconteceu com o cinegrafista poderia ter acontecido