Crítica ao filme "Relatório Minoritário"
O filme Relatório Minoritário, de Steve Spielberg, retrata uma época futura, obviamente fictícia, onde, através dos chamados “pré-cogs”, é possível prever-se um assassínio e, desta forma, punir o culpado mesmo antes de ter cometido o crime. Será que, se não cometeu o crime, é legítimo ser considerado culpado e mesmo punido? Será que não poderia ter outra hipótese, outra alternativa? Estas são algumas das questões que se levantam acerca deste assunto.
O facto de existirem seres capazes de prever atos humanos, como a morte de outro ser, e que fossem incontestáveis, significaria que os seres humanos são regidos por lei causa-efeito, como diz Newton, toda a ação é determinada por acontecimentos anteriores. Esta teoria é chamada de determinismo radical e, aplicando-se a seres inanimados (uma bola lançada com determinada força, sentido e direção, terá de percorrer um determinado caminho), também se aplica aos seres humanos. Segundo esta, não é possível existir livre-arbítrio, pois não podemos interferir nos acontecimentos que já estão previamente determinados (não exclui a consciência, que faz parte da mente humana).
Esta teoria é, porém, contrariada quando se dá a entender a existência do relatório minoritário, ou seja, a prova de que o suposto culpado pode optar por um caminho diferente, concluindo, tenha livre-arbítrio para decidir, de forma consciente e racionalmente se irá matar a suposta vitima ou não. Isto dá que pensar acerca da resposta à primeira pergunta, se é legítimo condenar ou punir alguém que ainda não cometeu o crime, pois muitas vezes as pessoas não agem racionalmente, são levadas a agir de determinada forma por impulsos relacionados com sentimentos, como se verificou no caso do homem que foi traído sexualmente pela mulher. A resposta a esta pergunta só pode ser dada se tivermos em linha de conta todas as perspetivas. Se aceitarmos para o Homem a teoria do determinismo radical, não temos livre-arbítrio, estamos