Crítica ao filme - Patch Adams – O amor é contagioso
Lembremos que a transferência não é sempre positiva, apesar dos terapeutas se esforçarem, na maioria das vezes, em tomar a postura do protagonista. Temos que levar em conta que lidamos com pessoas diferentes, e que transferências diferentes podem ser criadas a cerca de uma única atitude. E mesmo que o terapeuta tenha conhecimento de papeis sociais, enquadra-los no perfil de cada paciente torna-se quase impossível. Sem falar que uma contratransferência negativa impede que o terapeuta assuma uma postura que seja favorável a gerar uma boa transferência. Então fica entendido que gerar uma transferência positiva nos moldes de Patch Adams é quase que utópico.
Vamos nos dirigir agora ao setor privado de saúde. Levando em conta que não é possível gerar uma boa transferência de todos os pacientes e que o processo saúde-doença torna os pacientes altamente fragilizados, principalmente emocionalmente. A partir do momento em que o terapeuta consegue ter uma transferência e contratransferência positiva em uma porcentagem X de pacientes, e que um numero Y de pacientes fica fora desse grupo, pode se criar um sentimento de: “fulano está melhorando mais rápido por que o Doutor gosta mais dele”. E cito o setor privado, pois em repartições públicas cria-se a falsa ideia de que o tratamento é gratuito, consequentemente e inconscientemente o paciente não exige do tratamento tanto quanto