Cronica- O conceito do lar

Estava pensando essa noite sobre a questão do conceito de casa, do nosso lar. O que seria um lar? Muitas vezes imaginei que fosse um prédio, feito de tijolos, areia, água e cimento, com portas e janelas, as vezes grades e trancas. Pensei em um local onde haja uma cama, pertences pessoais... um lugar para fazer refeições também. É mais ou menos isso que pensei por muitas e muitas vezes até uma hora atrás.

É tão fácil relacionar uma coisa, uma palavra, um conceito, com objetos, com coisas palpáveis, materiais. Mas também não é difícil relacionar nosso lar com sentimentos. Certa pessoa uma vez disse que nossa casa é o lugar onde nos sentimos bem. A casa é o recôncavo não só do corpo mas da alma.

Concordo com tudo que citei acima. O lar é sim um lugar palpável, é sim um local no qual despendemos sentimentos de aconchego, conforto, de apego. O ser humano tem esse potencial de agregar sentimento ao material. Não que isso seja bom ou ruim. Mas é compreensível. É preciso ter vínculos, raízes. E para isso nada melhor do que demarcar território e criar alojamento.

Agora, há poucas viradas de ponteiros, tive uma outra percepção. Não sei se boa ou não, melhor ou pior que as outras. Contudo, é ao menos, plausível. Acho que o que determina o nosso lar, o nosso lugar, não são apenas coisas e sentimentos. Não é apenas preciso marcar área e criar vínculos com ela. O lar está no outro. Eu entendo como casa a presença de quem amo junto a mim. Seja aqui, na Nova Zelândia, seja em Anta Gorda. Quem ama vê o lar na companhia da pessoa amada. E, quem é só, independente, melhor dizendo, vê a casa dentro de si