CRONICA/ TEMPO
Após atravessar aquele belo jardim de entrada, dou-me de cara com a sala principal. Ali num cantinho há um balcão, e um de meus colegas pergunta se podemos fazer uma visita; o homem nos dá permissão e logo sinto que esta seria uma bela experiência. Aquele ar de antigo da casa passava a certeza de que aquele lugar era cheio de histórias para contar. Os quadros enormes nas paredes da sala principal já indicavam isso também. Três quadros; dois deles retratando a indústria nacional no século XV, lembro-me bem. E o outro, uma espécie de anjo.
Dirijo-me para outra sala, uma sala grande e repleta de detalhes nas paredes, portas e maçanetas. Pequenos pedaços não reformados nas paredes e teto nos mostram sua verdadeira faceta. E eu fico lá, observando aqueles pequenos detalhes por alguns minutos. Outro quadro me chama a atenção pela sua moldura dourada, toda trabalhada nas curvas. Nele está o fundador da FAU, Anhaia Mello.
Vou subindo em passos leves a escada, e até ela é marcada pela sinuosidade. Subo passando as mãos na parede - encostada a escada - repleta de flores em relevo que dão um tom de leveza e ao mesmo tempo complexidade, característica do art nouveau. Uma luz me chama a atenção, sigo em sua direção e encontro uma varanda, um tanto quanto desgastada, devo dizer. Com mastros enferrujados e de aparência frágil. Porém, nada disso consegue tirar aquela sensação boa que era estar ali, olhando para as flores e limpando a mente de qualquer pensamento ruim.
Faço um esforço para sair dali e continuar com a visita, então o