CRITÉRIOS DO NNIS NO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
As infecções hospitalares representam importante problema de saúde pública mundial, causam aumento na morbidade, na mortalidade e no tempo de internação dos pacientes; também acarretam mudança nos padrões de resistência microbiana; e consequente elevação nos custos assistenciais. A infecção do sítio cirúrgico (ISC) é a segunda ou terceira infecção mais frequente entre os pacientes que se submetem às cirurgias. É responsável por aproximadamente 17% dentre todas as infecções associadas à assistência de saúde.
No Brasil, a ISC ocupa a terceira posição dentre as infecções encontradas nos serviços de saúde e compreende de 14 a 16% das infecções dos pacientes hospitalizados, com taxa de incidência de 11%.
A ISC relacionada aos procedimentos ortopédicos constitui complicação grave e catastrófica para pacientes, cirurgiões e instituições hospitalares, pois uma infecção pode prolongar o tempo de internação do paciente por até duas semanas, dobrar as taxas de re-hospitalização, aumentar os custos com a assistência para mais de 300%, além de causar limitações físicas importantes que reduzem, significativamente, a qualidade de vida dos pacientes operados.
A incidência de ISC ortopédica pode variar entre 0,8 e 71%. O controle das ISCs constitui indicador de qualidade da vigilância epidemiológica dos pacientes cirúrgicos. Os hospitais, ao identificarem fatores de risco de pacientes ou procedimentos de maior risco à aquisição de infecção, podem planejar ações preventivas e estratégias de controle que resultem na redução das taxas de infecção. No começo de 1970, o CDC iniciou, com a colaboração de cerca de 70 hospitais convidados, o Estudo Nacional de Infecções Nosocomiais (National Nosocomial Infection Study – NNIS), posteriormente denominado Sistema Nacional de Vigilância de Infecções Nosocomiais (National Nosocomial Infection Surveillance System – NNIS System). Entre os objetivos do NNIS, estavam estimar a incidência de IH no país,