Criticidade De Paulo Freire
Paulo Freire em sua obra diz: Não há para mim, na diferença e na “distância” entre a ingenuidade e a criticidade, entre o saber de pura experiência feito e o que resulta dos procedimentos metodicamente rigorosos, uma ruptura, mas uma superação. A superação e não a ruptura se dá na medida em que a curiosidade ingênua, sem deixar de ser curiosidade, pelo contrário, continuando a ser curiosidade, se criticiza. Ao criticizar-se, tornando-se então, permito-me repetir, curiosidade epistemológica, metodicamente “rigorizando-se” na sua aproximação ao objeto, conota seus achados de maior exatidão.
No processo de ensino aprendizado o professor deve fazer com que a curiosidade ingênua do aluno desperte para que o professor mediador leve o aluno a “criticizar” aquela curiosidade. Ou seja, que a curiosidade ingênua torne-se curiosidade epistemológica.
Paulo Freire diz ainda que a criatividade é dependente da curiosidade. Pois sem a curiosidade a criatividade não existiria. A curiosidade que nos faz desvendar, buscar, esclarecer “... que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos.”.
Freire então conclui que, a curiosidade vem sendo construída e reconstruída, precisamente porque a passagem da ingenuidade para a criticidade não se dá de forma automática. É papel do professor desenvolver a curiosidade critica. “Curiosidade com que podemos nos defender de “irracionalismos” decorrentes ou produzidos por certo excesso de “racionalidade” de nosso tempo altamente tecnologizado. E não vai nesta consideração de quem, de um lado, não diviniza a tecnologia, mas de outro a diaboliza. De quem a olha ou mesmo a espreita de forma criticamente curiosa”. Então devemos ser críticos a tudo , mas sem deixar que a essência da curiosidade se perca.