critica social
“Os muros do cárcere representam uma violenta barreira que separa a sociedade de uma parte de seus próprios problemas e conflitos.”Alessandro Baratta HYPERLINK "http://www.revistaliberdades.org.br/site/outrasEdicoes/outrasEdicoesExibir.php?rcon_id=20" \l "_ftn1" [1] A visão inicial de uma grande e densa nuvem confunde o espectador, que right000demora alguns segundos para entender seu significado. Aos poucos, a nuvem se dispersa e em seu lugar começa a surgir, reconstruindo-se, o Complexo Penitenciário do Carandiru. Na verdade, o que se vê na primeira cena do filme O prisioneiro da grade de ferro HYPERLINK "http://www.revistaliberdades.org.br/site/outrasEdicoes/outrasEdicoesExibir.php?rcon_id=20" \l "_ftn2" [2] é a implosão da referida unidade prisional, transmitida de trás para frente, de forma a fazê-la ressurgir das cinzas e poeira. O fascínio da imagem guarda um significado profundo: embora tenha sido destruído, o Carandiru retorna, como um fantasma, a assombrar a memória brasileira HYPERLINK "http://www.revistaliberdades.org.br/site/outrasEdicoes/outrasEdicoesExibir.php?rcon_id=20" \l "_ftn3" [3]. Revela-se, desde logo, o intuito do diretor Paulo Sacramento: discutir a realidade que, mesmo após a emblemática destruição do Carandiru, em 2002, continua presente em nosso sistema prisional. Somente em razão dessa seqüência inicial, o filme já estaria a merecer todos os prêmios nacionais e internacionais que obteve. HYPERLINK "http://www.revistaliberdades.org.br/site/outrasEdicoes/outrasEdicoesExibir.php?rcon_id=20" \l "_ftn4" [4] Mas seus méritos vão muito além. O prisioneiro da grade de ferro é resultado da busca da realidade carcerária no Brasil, em toda sua complexidade. Para tanto, Paulo Sacramento confrontou sua visão pessoal, baseada em pesquisas, leituras e entrevistas realizadas, com o olhar dos