Critica Robocop (Remake)
Independente da classificação indicativa, o filme abordou temas polêmicos e atuais como a vigilância constante da população pelo governo e o uso de drones. Não houve um erro de transformar o RoboCop em um Homem de Ferro que não voa.
O diretor soube respeitar o brilhante filme de Paul Verhoeven, recuperando elementos da trama e até mesmo o emblemático tema musical. Porém, alguns pontos ficaram aquém do original. É inegável que o humor negro, muito característico do primeiro longa-metragem, fez falta.
A atuação de Joel Kinnaman não compromete, no entanto, não tem a mesma sutileza que Peter Weller fez com o seu Alex Murphy. No filme de 1987, estava claro que ali o RoboCop já não era mais o mesmo homem, marcando a condição dele não era de um simples ciborgue, mas de uma máquina se apoderando de um corpo humano. Nesta versão, o restante do elenco acaba de sobressaindo, com destaque a mais uma excelente atuação de Gary Oldman.
É inegável as qualidades do primeiro filme, assim como os muitos defeitos de suas continuações e adaptações para TV. Padilha não supera Verhoeven, mas tem como mérito de filmar a segunda melhor produção da franquia.
Ignorando o passado, o novo RoboCop funciona bem sozinho, mesmo com suas homenagens. Sua história é envolvente, é difícil não sentir o aflito vivido por Alex e o que a sua ausência faz a sua família, e apresenta diferentes pontos de vista, assim como em Tropa de Elite.
As cenas de ação são empolgantes e não te deixam tirar o olho da tela. Sim, foi um acerto fazer o RoboCop correr e ter uma moto, nos dias de hoje a agilidade é importante. E, claro, não devemos esquecer dos avanços tecnológicos dos últimos 30 anos. Hoje, é impensável criar um robô humanoide lerdo e travado nas ficções científicas.
O remake tem seus problemas, entretanto, eles não se sobressaem aos