Critica psicanalitica
A psicanálise surge com o questionamento, através da pratica analítica, da fala e do discurso. Porém antes da psicanálise, a literatura já colocava o discurso em tensão ou nos dizeres de Roland Barthes (2007, p.16.), a literatura é um “(...) logro magnífico que permite ouvir a língua fora do poder, no esplendor de uma revolução permanente da linguagem (...)” A relação necessária entre o estudo da psicanálise e o estudo da linguagem fez com que aquela, já nos seus primeiros passos, recorresse ao material literário.
A psicanálise sempre se utilizou da literatura desde Sigmund Freud. A literatura, por sua vez, também se utiliza da psicanálise seja na construção de seus textos, seja na forma de crítica literária.
Sigmund Freud, durante sua produção, utilizou da arte para fazer uma articulação com os conceitos psicanalíticos. No suceder das décadas, principalmente após a Primeira Grande Guerra, os artistas na ânsia de quebrar os parâmetros vigentes, buscaram suporte na psicanálise.
Eagleton (2003), em seu livro Teoria da Literatura: uma introdução, no capitulo a psicanálise, analisa a relação da teoria literária moderna e a agitação política e ideológica do século XX. A turbulência cultural não é apenas uma sugestão de guerra, de depressões econômicas e de revolução, é sentida, também no plano pessoal. O autor recorre a teoria de Freud e Jacques Lacan para pontuar em cada uma delas pontos que considera importantes na abordagem de um texto literário. Para ele, a crítica literária psicanalítica pode se voltar para o autor da obra, para o conteúdo, para a construção formal ou para o leitor.
A análise psicanalítica do autor é um trabalho especulativo que enfrenta problemas sérios porque estamos trabalhando com suposições, dados biográficos e com a interferência subjetiva daquele que faz esse tipo de análise. A psicanálise de conteúdo, por sua vez, tem um valor limitado porque utiliza de conceitos centrais e estruturais da teoria psicanalítica