Critica drive
Julie Korn Bande Uma mistura de silêncio e tensão
O público sai do cinema com uma sensação de pilotar o carro do motorista estrelado por Ryan Gosling, ator escolhido pelo diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn para protagonista. Elogiado nas críticas pela ansiedade provocada no espectador e pelo desenrolar enigmático do enredo, o filme americano é uma adaptação do romance de James Sallis, de mesmo nome. Refn, que tirou sua inspiração de filmes da década de 1980, teve sua obra exibida no Festival de Cannes de 2011, onde foi premiado com a Palma de Ouro de melhor diretor.
Os carros vão mais rápido que a sequência do recheio do filme, onde a dinâmica e movimento percebidos nos minutos iniciais se acalmam. Mas isso não dura muito tempo: logo chegam cenas que tiram o fôlego do espectador, como um típico filme de ação mais antigo.
O filme se passa em Los Angeles, cidade que é retratada em aspectos muito menos cinematográficos que o glamour comum. Tudo começa com um motorista super habilidoso que trabalha “oficialmente” como dublê de cenas de carros em Hollywood e mecânico na oficina de Shannon (Bryan Cranston), e paralelamente pilota carros para a fuga de assaltantes. Desde o começo muito misterioso e introvertido, sempre com um palito na boca, o motorista começa a se envolver com a vizinha Irene (Carey Mulligan) e seu filho Benício. Com poucas palavras e extremamente paciente, aproxima-se da família e sabe que Standard (Oscar Isaac), pai da criança, está preso.
Com a notícia repentina e consequente volta de Standard, que está sendo ameaçado por uma dívida da prisão a voltar ao mundo do crime, o dublê preocupa-se pelo bem de Irene e Benício. Assim, tenta ajudar o marido de Irene sendo o motorista do assalto proposto, mas acaba se envolvendo com mafiosos perigosos que se fingiam benfeitores. A partir daí, as emoções e violência das cenas aumentam exponencialmente, enquanto o motorista atravessa a cidade em tom heroico para proteger a si mesmo e a