Critica ao filme tempos modernos
Imprensa britânica vira alvo de investigação
José Renato Salatiel*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
O caso dos grampos telefônicos envolvendo jornalistas ingleses provocou o fechamento de um dos tabloides mais tradicionais da Grã-Bretanha. E ainda, uma discussão sobre os limites da imprensa, o monopólio dos meios de comunicação e a relação entre jornalismo e política.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
O escândalo é o pior da imprensa britânica deste século. Ele se transformou numa crise política de maiores proporções que atingiu o primeiro-ministro David Cameron e a famosa polícia londrina, a Scotland Yard.
Até agora, as investigações levaram ao afastamento de dois chefes de polícia e à prisão de dez pessoas. Entre os detidos estão repórteres e executivos da empresa responsável pela publicação do jornal.
Estima-se que 4 mil pessoas tenham tido os telefones celulares interceptados por jornalistas e detetives. O objetivo dos acusados era obter informações exclusivas para a publicação de reportagens. Atores, políticos, jogadores de futebol e apresentadores de TV estão entre as vítimas que tiveram a privacidade invadida.
O News of the World era o jornal dominical mais vendido na Grã-Bretanha. Devido às denúncias, ele deixou de circular em 10 de julho, quando foi publicada a última edição. O tabloide existia há 168 anos e tinha uma tiragem de 2,8 milhões de exemplares.
As manchetes sensacionalistas envolvendo celebridades eram a marca registrada da publicação. A estratégia é cada vez mais comum entre os jornais impressos, para aumentar as vendas e competir com os meios eletrônicos.
Desde 2005 havia suspeitas de que funcionários do News of the World estariam usando meios ilegais para conseguir informações privilegiadas. Na época, o jornal publicou matéria sobre um ferimento no joelho do príncipe William que era desconhecido do público.
Em janeiro de 2007, a Justiça condenou o jornalista Clive Goodman e o