Cristão morre ou desencarna?
Uma questão espírita?
A morte é uma presença constante, espreitando de perto tudo que é vivo. Mesmo essa verdade sendo tão óbvia quanto natural, a maioria das pessoas prefere ignorá-la ao viver uma falsa eternidade terrena e termina por chocar-se nos momentos que encará-la se torna inevitável. Aqueles denominados cristãos ficam igualmente atordoados com a desintegração do corpo e curiosamente a chamam de morte. Morrer significa deixar de existir, findar-se. Não é a mesma comunidade cristã que apesar de rejeitar a reencarnação, confirma categoricamente a imortalidade do espírito, demonstrada pela ressurreição do próprio Cristo? Uma vez que o espírito seria o constituinte essencial do ser humano além de seu caráter invulnerável diante da destruição física! Por que se referir às pessoas desencarnadas como defuntas, finadas ou mortas? Esse vocabulário fúnebre contradiz mesmo os discursos cristãos mais tradicionais. Mesmo que a visão do mundo extra-físico se restrinja aos espaços nebulosos do céu e do inferno, ainda assim o espírito vive para sempre. Logo um cristão falar de morte constitui contra-senso. Os espíritas podem ter popularizado em seu meio a palavra "desencarnar", porém ela devia ser estendida a todos os meios cristãos, para não citar todos aqueles os quais pregam a imortalidade da alma.Tanto nas missas quanto nos cultos ouvimos pregadores afirmando a vitória de Jesus sobre a morte, esta é aliás, nada mais, nada menos que a pedra angular do cristianismo, a fonte da fé cristã, a ideia fundamental sustentadora de toda moral defendida nos meios cristãos. O medo da morte aparece em primeiro lugar na lista dos maiores temores da humanidade, no entanto observamos os mártires cristãos da época romana caminharem para o coliseu cantarolando alegremente, mesmo estando prestes a serem devorados. Pensavam eles que iriam morrer? Ou eles viam o viver como única alternativa? Desencarnar não é deixar de