CRISTIANISMO PRIMITIVO
Este artigo tem o objetivo de apresentar a ascensão do cristianismo, na sua forma primitiva, como religião minoritária e perseguida ao longo da antiguidade, à principal religião e adotada pelo estado romano como religião oficial e, sobretudo, perseguidora da prática pagã por todo território imperial. Podemos destacar como principais colaboradores a essa ascensão, no que tange a participação do Estado, a postura dos Imperadores Constantino e Teodósio.
Vale lembrar que o mundo que emerge da Anarquia Militar apresenta características particulares, com destaque para as medidas empreendidas por Diocleciano e Constantino, que criam as bases normativas para a estruturação do Dominato, entidade política criada numa dinâmica de interação entre o Estado e a sociedade que se desenvolveu como forma de regular uma grave situação de instabilidade política vivida no período.
É neste clima de instabilidade política e em uma tentativa do Estado se reafirmar através do dominato que o cristianismo primitivo se insere no Império.
O Cristianismo Primitivo
O surgimento do cristianismo como religião, no mundo antigo, não possui nada de excepcional. Os cristãos representavam mais uma corrente espiritual oriunda do judaísmo, logo, durante quase todo o século I o cristianismo manteve relações bastante estreitas com o judaísmo. Fora da palestina, a fronteira cultural entre cristãos e judeus foi, durante décadas, bastante tênue. Após a destruição do Templo de Jerusalém por Tito, em 70, a proximidade entre cristianismo e judaísmo se torna insustentável até o momento em que uma passa a ser vista em confronto direto com a outra.
Já no século II a relação do cristianismo com o judaísmo é praticamente interrompida. Tendo como exemplo a Páscoa e apresentada não apenas como a comemoração da Paixão de Cristo, mas também como uma oportunidade de se rogar perdão para os judeus, culpando-os pela morte de Jesus. Os judeus por sua vez decretam a