Cristianismo na Coreia do Sul
No templo de Jogye, normalmente uma ilha de serenidade budista, policiais a paisana estão de campana nas saídas, em um esforço por capturar fugitivos que tentem escapar. Líderes dos ferozes protestos contra o governo, acusados de instigar violência, estão acampados no terreno do templo. Eles procuraram o templo em busca de refúgio político e não de elevação espiritual. Um funcionário do governo os definiu como "demônios".
Enquanto o gongo ecoa em meio a esse bairro empresarial no centro de Seul, as pessoas que chegam ao templo - sede da maior ordem de budista da Coréia do Sul - para as preces vespertinas passam por sob um corredor de 6,2 mil lanternas em formato de flor de lótus. Elas estão ordenadas por cor e soletram, em inglês, a palavra "OUT" fora - uma crítica altamente incomum ao presidente Lee Myung Bak por parte dos budistas sul-coreanos, que sempre foram dóceis e apolíticos.
"A paz religiosa em nossa país está ameaçada por aqueles que sonham transformá-lo em um reino cristão medieval, por meio de um presidente que tem vínculos com uma igreja", disse Park Jeong Kyu, porta-voz da ordem de Jogye.
Lee, 66 anos, é um dos decanos de uma igreja presbiteriana em Seul. Desde que foi eleito, em dezembro, os budistas do país vêm expressando crescente alarme diante da ação das igrejas protestantes conservadoras no país. Essas igrejas apoiaram Lee - e irritam muitos sul-coreanos, nem todos os quais budistas, com seus esforços agressivos de conversão e suposto desdém por outras fés.
Em agosto, dezenas de milhares de monges e de outros adeptos do budismo marcharam no centro de Seul, acusando Lee e seu governo de discriminação contra os budistas e de favorecimento aos protestantes. O protesto, o primeiro desse tipo já realizado na Coréia do Sul, representa o despertar da consciência política entre os religiosos budistas do país. Também suscita a perspectiva de disputas sectárias, algo que o país ainda não