cristianismo como matriz cultural europeia
I. Leia atentamente os seguintes dois extractos textuais:
1.
O Cristianismo forjou a face da Europa e marcou profundamente o património do Ocidente (Koenig, 1988). Dos séculos I ao IV, foi ganhando terreno num velho Império Romano que, unido pela força da “lex romana”, era intelectualmente e espiritualmente “corrompido” pelo helenismo: a filosofia, a literatura e arte gregas constituíam a atmosfera espiritual onde se banhava este mundo, a que já pertenciam os Judeus. Sob (…) [formas primitivas], o cristianismo expandiu-se nesta época da Pérsia, à Índia (Igreja de S. Tomé) e China, e com a Igreja Copta (Monofisita) ao Egipto, Sudão e Etiópia, para logo ser ameaçado pelos bárbaros pagãos e pelo rápido avanço do Islão, que, depois de 635, viria a submergir três dos cinco patriarcados cristãos (Alexandria, Jerusalém, Antioquia) e ameaçou um quarto (Constantinopla).
O patriarcado ocidental (Roma) foi igualmente afetado e o Norte de África e (mais tarde) a Península Ibérica perderam-se. Após as grandes invasões, os Celtas, Germanos e Eslavos foram abraçando progressivamente a religião cristã. São Bento (529), que redigiu a regra dos Beneditinos em Monte Cassino, desempenhou um papel capital na formação do espírito cristão europeu ao conciliar “romanitas” com Evangelho, o sentido da universalidade e o direito e significado da Palavra de Deus para a pessoa humana. O cristianismo fundiu-se, com sucesso, com a consciência psicológica das diferentes línguas e culturas do espaço europeu graças à fusão de ensinamentos italianos, alemães e gregos nas igrejas, mosteiros e escolas fundadas a ocidente e no Norte e no Leste da Europa.
Grandes especialistas de gramática e retórica latinas, aproveitaram a liberdade de ensino para forjar, a leste como a oeste, a nova conceção cristã do Mundo e do Homem, construindo assim, através do latim, um património espiritual da Europa, enquanto o tempo ajudou ao nascimento da