Crises Mundiais
O século XX e o início do XXI foram marcados por crises econômicas, que atingiram diversos países em escala internacional, não necessariamente com o mesmo impacto em cada um. Como determinar o que de fato deu origem a cada uma delas? O professor Roberto Simonard da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) do Rio de Janeiro e pós-graduado em Economia pela Cândido Mendes e UFRJ ajuda a explicar a sucessão dos fatos e quais as teorias econômicas se aplicam melhor a cada uma das crises.
Confira as diferenças e semelhanças entre nove períodos de instabilidade financeira mais importantes ocorridos ao longo do último século, verificados nos anos de 1929, 1973, 1979, 1982, 1987, 1997, 1998, 2001, e finalmente, 2008.
1929 – A Grande Depressão A crise de 29, ou Grande Depressão, como ficou conhecida, foi marcada pela superprodução de produtos agrícolas e industriais, resultando na queda da Bolsa de Nova York, com vários desdobramentos mundiais.
Durante a Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos exportavam muitos produtos, mas conforme os países europeus foram se reerguendo após o conflito, as exportações começaram a diminuir, forçando uma maior estocagem. Ao mesmo tempo, a euforia econômica da década de 1920, com o liberalismo a pleno vapor, foi diminuindo, agravando a situação de superprodução. Com a eclosão da crise, empresas e bancos foram a falência, causando grande desemprego e até mesmo o aumento do número de suicídios.
O Brasil também foi atingindo pela crise, pois, como grande exportador de café, teve o valor de sua principal exportação bastante reduzido durante a década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas. A economia entrou em recessão e o Estado passou a intervir mais na economia, procurando incentivar a indústria.
De acordo com Simonard, o que alavancou a Grande Depressão de 1929 foi o excesso de liberdade dos investidores e empresários, juntamente com falta de informação.