Crises financeiras
A crise financeira mexicana de 1994 começou com uma revolta de camponeses em janeiro e com o assassinato do principal candidato à presidência do partido político dominante. O fluxo de investimento estrangeiro diminui, e a capacidade do México de sustentar o peso no mercado de câmbio rapidamente se esgotou. Em abril de 1994, os EUA e o Canadá vieram em resgate, principalmente em virtude do “relacionamento especial” em função do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) de novembro de 1993, assinado entre os três países. Uma linha de crédito de 6,7 bilhões de dólares foi aberta em conjunto – os EUA com 6 bilhões de dólares e o Canadá com 700 milhões de dólares. Os problemas do México continuaram, e em dezembro de 1994 ocorreu nova crise em relação ao peso, tanto pela fuga do capital local como pelas retiradas dos fundos de investidores norte-americanos desiludidos. Em janeiro de 1995, o Tesouro norte-americano organizou um fundo de resgate de 50 bilhões de dólares, incluindo 20 bilhões de dólares do Fundo de Estabilização Cambial dos EUA, 18 bilhões de dólares do FMI, 10 bilhões de dólares dos bancos centrais europeus organizados pelo BIS e 2 bilhões de dólares do Canadá. A quantia se mostrou persuasiva. O fluxo de capitais se interrompeu e os recursos voltaram a fluir para o México. Somente 12,5 bilhões de dólares do crédito dos EUA foram tomados, e no outono de 1995 começaram os reembolsos com ajuda de empréstimos privados.
Restaram várias questões sobre a operação de resgate do México em 1994, uma delas indagava se os empréstimos feitos em 1982 levaram os mexicanos a acreditar que seriam ajudados se novamente entrassem em dificuldades – a questão do risco moral.
Além disso, teriam as autoridades financeiras conseguido prevenir o contágio e evitar a propagação da crise para o Brasil e a Argentina, como o contágio que se espalhara a partir da Áustria em maio de 1931?
Acordo de Livre Comércio da América do Norte