Crise financeira por plantas
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EUFORIA POR TULIPA Em 1593, um botânico holandês Carolus Clusius se encantou pela flor de nome Tulipa e a levou para a Holanda para suas pesquisas. Ele se recusou a dar a flor de presente a qualquer outra pessoa, e guardou a sete chaves sua descoberta oriental. Mas não adiantou. A tulipa ( ou partes de tulipas ) foram roubadas e plantadas pela Holanda à fora. Por sua beleza exuberante não demorou para que todos se encantassem por seus traços não lineares, disformes e estonteantemente coloridos. Com as primeiras plantações, os jardins das cortes começaram a se colorir de tulipas, o que rapidamente chegou à França. Como era bela e rara, a tulipa virou símbolo de agrado e romantismo. A flor encontrou o ambiente ideal para seu desenvolvimento e plantações pequenas para suprir a demanda dos reinos começaram a proliferar na Holanda do século XVII. Mas nem todas as tulipas tinham os traços especiais e diferenciados. Logo se percebeu que os traços aleatórios e não homogêneos era algo raro e incomum, o que fez essas flores em especial muito mais caras que as tulipas normais. Ao invés de comprar a flor tulipa, comerciantes e agricultores começaram a buscar o bulbo da planta rara, pois esse dava uma pequena garantia (nem sempre) que as flores que nascessem dele seriam belas e raras. E o bulbo da tulipa virou uma commodity e seu investimento tornou-se um índice futuro. Como ninguém sabia se realmente a flor seria rara, o investimento nos preços do bulbo futuro tornaram-se investimentos com altos preços e altos riscos. Sim, altos riscos pois o bulbo poderia fornecer flores lindas, mas também flores normais sem os traços de raridade. O bulbo é na verdade um depósito de sementes, que uma vez germinada carrega material genético parecido da flor original. Parecido mas não igual, o que pode fazer plantas originadas de flores raras serem apenas flores simples. Nos anos 1600 a Holanda libertou-se de ser colônia