Crise do estado novo
Foi-nos proposto pelo Prof. Dr. Fernando Pereira Marques, no âmbito da Disciplina de História Contemporânea de Portugal, a elaboração de um trabalho relativo à Crise do Estado Novo. Toda a exposição encontra-se centralizada a partir do fim dos anos cinquenta até à sua efectiva queda, de acordo com o conteúdo programático da referida cadeira.
Enquadramento teórico
No que diz respeito ao estudo da problemática em questão, o mesmo encontra-se dividido em três capítulos distintos. Adoptando o método cronológico, o primeiro contempla o período compreendido entre 1958 e 1961, ao qual corresponde o Princípio do Fim do Estado Novo. Quanto ao segundo, denominado Um Compasso de Espera, engloba os acontecimentos ocorridos entre 1962 e 1968. Em relação ao último capítulo, Da Reforma Tardia ao Colapso, o mesmo trata das circunstâncias vigentes entre 1968 e 1974. O objectivo deste trabalho passará por dar a conhecer as principais razões que levaram à queda do Estado Novo, estabelecendo uma ligação com os vários factores de natureza política, económica, social e militar.
Metodologia
A metodologia utilizada na elaboração deste documento assenta numa pesquisa bibliográfica efectuada a obras de referência relativas à temática.
1958-1961: O princípio do fim do Império
A conjuntura interna
Cronologicamente falando, não obstante a relativa instabilidade vivida pelo regime durante a fase derradeira da Segunda Guerra Mundial, caracterizada essencialmente por algumas tentativas de golpe mal sucedidas e pouco estruturadas, num clima igualmente marcado por uma certa euforia revolucionária, poder-se-á afirmar que a orientação salazarista da nação portuguesa sofre o seu primeiro desvio a partir das eleições de 1958. Este acto legislativo assinala de forma clara - ao contrário das movimentações radicais de outrora – o início de um longo processo de decadência do Estado Novo, de sentido único e de carácter irreversível.