Crise do direito
A crise do sistema jurídico brasileiro tem raízes históricas em uma época em que o ensino jurídico se fazia ausente no país, com isso todos aqueles bacharéis em direito tiveram sua formação em instituições de direito na Europa, principalmente em Coimbra. Para isso apenas aqueles mais afortunados tinham a chance de ingressar no mundo jurídico, tornando assim esses operadores do direito no Brasil um grupo seleto e elitizado.
Já no século XX e XXI, o que se viu foi um surgimento desenfreado de cursos de direito, motivados pela grande demanda de pessoas querendo ingressar no mundo jurídico, seja por vocação, perspectivas de um futuro profissional melhor ou até mesmo por status. Com isso o que se mostra em quantidade acaba faltando em qualidade, diversas instituições que se dizem faculdades de direito aparentam meramente cursinhos preparatórios para o exame da OAB.
Instituições mal preparadas acabam por formar indivíduos mal preparados com pouco entendimento jurídico e sem a devida prática na respectiva área. Não é de se espantar que hoje temos aproximadamente 90% de reprovação no exame nacional da OAB, requesito esse necessário para exercer a carreira jurídica.
Com esses fatores em evidência o Ministério da Educação suspendeu cerca de 11mil vagas de cursos de direito e interrompeu o processo de abertura de novos cursos de direito e muitos em funcionamento passarão ainda esse ano por testes para avaliar a qualidade e aqueles que não estiverem dentro dos requesitos poderão ser suspensos.
Os administradores do direito no Brasil tem assim a tarefa de “conduzir” uma reforma no ensino das instituições de direito com o objetivo de buscar uma melhor qualidade na formação daqueles que futuramente estarão encarregados de administrar o direito