Crise de 99
O Plano Real idealizado e colocado em prática por Fernando Henrique Cardoso e foi a estratégia mais eficaz para fazer com que o Brasil se recuperasse economicamente. Em 1999, porém, quando o Banco Central passou a operar em cambio flutuante, desencadeou a crise de desvalorização do Real, pois até então operava em regime de cambio fixo.
Entretanto, não foi apenas a mudança de regime de cambio que resultou na crise. Problemas estruturais estão associados a desvalorização. Muito embora o Plano Real tenha sido bem sucedido em controlar a inflação, os juros elevados e o baixo investimento estatal associados a um câmbio semi-fixo sobrevalorizado resultou, ao longo dos anos, em problemas econômicos estruturais. Além disso, o incentivo a instalação de empresas estrangeira em solo brasileiro, a sobrevalorização do real em relação ao dólar tiveram consequências negativas na economia da indústria nacional e a importação foi fortalecida pelo baixo preço dos produtos em dólar. Luis Filgueiras comenta que tais fatores contribuíram para saldos negativos da Balança Comercial (exportação/importação de mercadorias) e na conta de Transações Correntes (FILGUEIRAS, 2006, p. 2).
Os juros elevados tinham dupla função no modelo de estabilização. Primeiro contribuíram para manter o fluxo artificial de capitais estrangeiros para o país, pois equilibrava a balança de pagamentos. Mas também, ajudavam a controlar o consumo, que reduz o aparecimento da chamada inflação de consumo. Porém, favorecia o endividamento privado e o desemprego.
Dezenas de bilhões de dólares foram injetados na manutenção do câmbio com o objetivo de manter o sistema funcionando. Estes recursos vieram de empréstimos estrangeiros, fato que resultou em um aumento de mais de US$ 120 bilhões a mais da divida externa. Outra parte dos recursos veio da privatização das empresas estatais. Por fim, mesmo com os cortes de despesas publicas e o aumento da carga tributária a dívida