Crise de 1929
A grande crise economica de 1929 abalou profundamente as estruturas económicas, sociais, intelectuais e políticas da democracia ocidental. Segundo o historiador René Rémond na obra Introdução à história do Nosso Tempo , entre os anos de 1925 e 1930 , afigurava-se na Europa um período feliz e próspero , mas que não tardou a ocorrer uma inversão desta tendência . É no campo da atividade economica , da produção , das trocas , que essa inversão é mais notável e bruta.
Esta crise de 1929 não é a primeira , visto que durante o século XIX , as crises económicas se tinham reproduzido a um ritmo quase regular , a ponto de se afigurarem como constitutivas do regime capitalista, porém , a crise de 1929 é diferente das crises que procederam , principalmente no que diz respeito às suas repercussões.
Esta crise de crédito revela a sobreavaliação dos valores : na maior parte tinham cotações muito superiores ao seu real valor e comercializável . A crise , sanciona , pois , uma expeculação excessiva , uma inflação de crédito . Para os especialistas , trata-se de um acidente técnico que saneará o mercado e permitirá um regresso à ordem , e o próprio presidente americano Hoover acreditava que o fim da crise se encontrava próximo e a prosperidade logo voltaria. Porém, ao contrário das expectativas, a crise instalou-se, perdurou e atingiu outros setores da economia americana , bem como outros países.
Devido à guerra, os novos países , até então clientes da Europa , tiveram de se industrializarem a si próprios e de responderem a uma Europa que já não tinha condições de assegurar o aprovisionamento das suas populações e exércitos .
Desde o fim da guerra , a Europa reconstituiu o seu potencial economico. Em 1929-1930, concluida a reconstrução , os novos países entram em competição com a Europa Industrial : superprodução industrial , superprodução agricola , inverte-se a tendencia geral da economia . Os mesmos fenómenos